A ESCOLA ABERTA PARA AS DIFERENÇAS
Cássia
R. M. de Assis Medel
Nos
dias de hoje, a escola deve receber e acolher todas as crianças,
independentemente da raça, cor, credo ou sua origem cultural ou socioeconômica,
deficiências ou diferenças.
De
acordo com a Declaração de Salamanca ( 1994, p.5 )“ o princípio fundamental da
ESCOLA INCLUSIVA é o de que TODAS AS CRIANÇAS devem aprender juntas, sempre que
possível, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que elas
possam ter. Escolas inclusivas devem reconhecer e responder às necessidades
diversas de seus alunos, acomodando ambos os estilos e ritmos de aprendizagem e
assegurando uma EDUCAÇÃO DE QUALIDADE A TODOS através de um currículo
apropriado, arranjos organizacionais, estratégias de ensino, uso de recurso e
parceria com as comunidades. Na verdade, deveria existir uma continuidade de
serviços e apoio proporcional ao contínuo de necessidades especiais encontrados
dentro da escola.”
A
inclusão de pessoas com necessidades especiais é uma exigência da sociedade
moderna. A inclusão cresce a cada ano e, com ela, o desafio de garantir
uma educação de qualidade para todos. Para tal, faz-se necessário capacitar os
professores e equipar as escolas. O Ministério da Educação iniciou em agosto de
2005, a distribuição de 40 mil livros em braille. Esta ação está beneficiando
3343 alunos em 1244 escolas públicas e especializadas, sem fins lucrativos de
todo o país.
Para
atender a demanda, o MEC, por meio de convênio com a Fundação Dorina Nowill, está
investindo R$ 1,6 milhão na produção de títulos em braille de Matemática,
Português, História, Geografia e Ciências, segundo informações fornecidas pela
Folha Dirigida /Suplemento do Professor, 15 de outubro de 2005, p. 7.
A
partir de 2007, as editoras que fornecerão ao MEC terão de entregar as matrizes
dos livros didáticos em braille. “Com isso, os alunos com deficiência visual
poderão Ter acesso aos mesmos livros que seus colegas”, destacou o ministro da
Educação Fernando Haddad, por ocasião da inauguração do novo parque gráfico do
Instituto Benjamin Constant, no dia 15 de agosto de 2005.
Na
escola inclusiva, os alunos aprendem a conviver com a diferença e se tornam
cidadãos solidários. Para que isso se torne realidade em cada sala de aula, a
participação do professor, segundo Meire Cavalcante, é essencial.
Infelizmente,
por falta de informação ou omissão de pais, de educadores e do poder público,
milhares de crianças ainda vivem escondidas em casa ou isoladas em instituições
especializadas- situação que priva as crianças com ou sem deficiência de
conviver com a diversidade. O motivo principal de estarem na escola é que lá
vão encontrar um espaço genuinamente democrático, onde irão partilhar o
conhecimento e a experiência com o diferente, tenha ele a estatura, a cor, os
cabelos, o corpo, o pensamento e as necessidades e diferenças que tiver. Por
isso, quem vive a inclusão sabe que está participando de algo revolucionário.
Todos os alunos têm a ganhar com a inclusão.
As
noções de “normalidade” e de “diferença” são o resultado de relações sociais e
de produções discursivas. Elas configuram-se como criações que envolvem
relações que buscam classificar, assegurar e marcar posições do sujeito na
sociedade, dividindo o mundo entre “nós” e “eles”, entre o “normal” e o
“anormal”.
A
exclusão gera efeitos terríveis. Ela afeta a auto-estima e a identidade,
produzindo um sentimento de menosvalia nos indivíduos excluídos. Ao mesmo
tempo, produz efeitos sociais, econômicos, culturais e políticos, uma vez que
reafirma as desigualdades e as injustiças sociais, auxiliando na formação de
cidadãos de “segunda classe” ( CARVALHO, 2003 ).
Nesse
sentido, a inclusão escolar tem como principal compromisso a formação da
cidadania a partir de uma escola pública de qualidade para TODOS os alunos. E
neste caso, é preciso pensar que incluir é muito mais do que Ter acesso `a
escola. Incluir significa uma inserção total e incondicional de TODOS, e de
TODOS OS SEUS ASPECTOS ( sociais, culturais e pessoais ). Exige para tanto, uma
ruptura de paradigmas, conceitos e preconceitos cristalizados e transformações
na escola ( ideológicas, pedagógicas, filosóficas e estruturais) e nos
educadores ( WERNECK, 1997 ).
A
inclusão escolar não deve ser confundida com caridade, assistencialismo ou
benevolência. Ela constitui-se em um direito de TODOS, e é um dever da escola e
dos educadores firmar esse compromisso por meio da promoção e criação de
currículos, de práticas e espaços inclusivos que permitam o desenvolvimento de
ações que contribuam para a remoção de barreiras na aprendizagem e para a
formação de uma sociedade verdadeiramente democrática.
“A
inclusão é sobre cada aspecto do trabalho na escola. É sobre cada lição. É
sobre crianças juntas em um playground. É sobre o como as pessoas se comportam
em um encontro de trabalho e como professores trabalham juntos. É sobre o que
acontece quando os pais vêm à escola pela primeira vez. É sobre a tessitura de
novos olhares. É sobre se esta construção é acessível ou não para crianças e
adultos com deficiências. É sobre cada um dos aspectos de nossas vidas... Não é
algo que você faz quando você vai para o trabalho – é sobre viver e sobre sua
vida e como você quer que as crianças nas escolas vivam as suas vidas
aprendendo JUNTAS”. ( BOOTH & BLACK – HAWKINS, 2001 ).
Publicado em 17/09/2007 15:04:0 Cássia R. M. de Assis Medel -
Professora e Orientadora Pedagógica do Ciep 277 João Nicoláo Filho “Janjão” e
da E.M. Prof. Ewandro do Valle Moreira, localizadas no município de
Cantagalo-RJ
ENSINO RELIGIOSO:CONVIVER COM AS
DIFERENÇAS.
Área do conhecimento: Ensino
Religioso.
Tema: Aprendendo a conviver
com as diferenças.
Objetivo: Reconhecer a
si próprio e ao outro para construção da paz e do entendimento mútuo.
Sensibilização: Música “Cada
um é como é” Toquinho.
Desenvolvimento:
Bom dia (tarde)
crianças! Hoje o tema de nossa aula é “Aprendendo a conviver com as
diferenças”. Vamos ouvir com atenção um texto para refletir.
Você e as diferenças
Você
é único.
Não existe outra pessoa como você com
seu rosto e seu jeito próprio de ser, sua maneira de acreditar e sonhar.
Importante
é você saber conviver com todos nas diferenças pessoais, culturais e religiosas
respeitando e reconhecendo a riqueza das diferenças.
Diná Raquel Daudt da Costa.
Agora vocês irão
ouvir a música “Cada um é como é” do Toquinho.
Gostaram
da música? (...)
Agora
vocês farão um autorretrato, desenhe seu rostinho destacando as marcas que são
só sua. Depois montem um mural em sua sala para que todos possam observar as
diferenças entre vocês.
Bom trabalho para todos.
No País das Diferenças
O
preconceito toma conta do país
Deixa dores
e marcas por onde passa
Não perdoa
nem livra ninguém
É a pura
realidade
Não há
sexo, padrão ou idade
Ele sempre
faz alguém infeliz
Se tem
preconceito, tô fora!
Esse crime
em nada compensa
A
humanidade precisa acreditar
(Acreditar)
na sua força e na vontade de lutar
Pra acabar
com essa coisa
Que se
chama diferença
O país
precisa se revestir
E deixar as
injustiças lá pra trás
Chegou a
hora de mudar a consciência
Não é
mistério
Chorus
Nem é
ciência
Com amor e
respeito,
Tudo vai se
transformar
O rato da cidade e o rato do campo
(O rato da cidade e o rato do campo Autor(a): Monteiro Lobato)
Certo ratinho da
cidade resolveu banquetear um compadre que morava no mato. E convidou-o para o
festim, marcando lugar e hora.
Veio o rato da roça, e logo de entrada muito se admirou do luxo de seu amigo. A mesa era um tapete oriental, e os manjares eram coisa papa-fina: queijo-do-reino, presunto, pão-de-ló, mãe-benta. Tudo isso dentro de um salão cheio de quadros, estatuetas e grandes espelhos de moldura dourada.
Puseram-se a comer.
No melhor da festa, porém, ouviu-se um rumos na porta. Incontinenti o rato da cidade fugiu para o seu buraco, deixando o convidado de boca aberta.
Não era nada, e o rato fujão logo voltou e prosseguiu no jantar. Mas ressabiado, de orelha em pé, atento aos mínimos rumores da casa.
Daí a pouco, novo barulhinho na porta e nova fugida do ratinho.
- Sabe do que mais? Vou-me embora. Isto por aqui é muito bom e bonito mas não me serve. Muito melhor roer o meu grão de milho no sossego da minha toca do que me fartar de gulodices caras com o coração aos pinotes. Até logo.
E foi-se.
Veio o rato da roça, e logo de entrada muito se admirou do luxo de seu amigo. A mesa era um tapete oriental, e os manjares eram coisa papa-fina: queijo-do-reino, presunto, pão-de-ló, mãe-benta. Tudo isso dentro de um salão cheio de quadros, estatuetas e grandes espelhos de moldura dourada.
Puseram-se a comer.
No melhor da festa, porém, ouviu-se um rumos na porta. Incontinenti o rato da cidade fugiu para o seu buraco, deixando o convidado de boca aberta.
Não era nada, e o rato fujão logo voltou e prosseguiu no jantar. Mas ressabiado, de orelha em pé, atento aos mínimos rumores da casa.
Daí a pouco, novo barulhinho na porta e nova fugida do ratinho.
- Sabe do que mais? Vou-me embora. Isto por aqui é muito bom e bonito mas não me serve. Muito melhor roer o meu grão de milho no sossego da minha toca do que me fartar de gulodices caras com o coração aos pinotes. Até logo.
E foi-se.