FRANCISCO
BRENNAND
Basta caminhar com um mínimo de atenção pelas
ruas recifenses para chegar à constatação: Francisco Brennand está em toda
parte. Diante do marco zero da cidade - sobre os arrecifes - repousam 90
esculturas. No pátio da estação central do metrô, um painel de 200 metros
quadrados chama a atenção. Está também em um dos principais museus da cidade, o
MAMAM (Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães). Mas é nas fachadas de inúmeros
prédios que o ceramista se multiplica. Uma lei municipal determina que todos os
edifícios da cidade devem ter esculturas ou murais com pintura ou cerâmica.
Brennand é o preferido.
O artista, que em junho completa 80 anos, nasceu na capital pernambucana em família abastada. Educado nas melhores escolas do Rio e de Recife, teve a infância marcada pelas artes. As primeiras manifestações são caricaturas de colegas e professores. Cresce ao lado de gente como Ariano Suassuna, que em 1945 o leva para ilustrar seus poemas no Jornal Literário. Mais tarde assumiria os figurinos da primeira adaptação cinematográfica de O Auto da Compadecida, dirigida por George Jonas em 1969.
Começa a trabalhar com artes plásticas aos 15 anos. Porém, o reconhecimento como ceramista viria só mais tarde. De início, se debruça sobre as telas. Recebe dois prêmios do Salão de Arte do Museu do Estado de Pernambuco, em 1947 e 1948. Por essa época, sua única escultura era Deborah, em homenagem à esposa.
Em fevereiro de 1949 o casal vai a Paris, a convite do conterrâneo Cícero Dias. O trio visita a exposição de cerâmicas de Picasso. Ao se deparar com as obras, Brennand percebe que o material ali exposto tinha a mesma essência de suas pinturas. Até então vinha ignorando uma técnica riquíssima. Pra piorar, tudo o que precisasse para trabalhar poderia conseguir nas fábricas da família.
Na recém-inaugurada fábrica de azulejos do pai, faz um dos mais importantes trabalhos de sua carreira: a Batalha dos Guararapes. Encomendado pelo Banco da Lavoura de Minas Gerais, o mural possui mais de 30 metros de cerâmica colorida e ilustra um importante episódio da história recifense. Expõe sua arte pelo País afora, bem como no exterior. Entre muitas premiações, recebe em 1993 o Prêmio Interamericano de Cultura Gabriela Mistral, da OEA (Organização dos Estados Americanos), em reconhecimento pela sua contribuição à cultura do continente. Desde 1971, seu santuário criativo é a Oficina Francisco Brennand, em Recife - antiga fábrica de seu pai, fechada em 1945. Mais que uma oficina, é um parque de proporções surpreendentes. Instalada em um espaço de cerca de 10 mil metros quadrados, abriga esculturas, painéis e pórticos em galpões e ao ar livre. O projeto paisagístico é de Burle Marx.
O artista, que em junho completa 80 anos, nasceu na capital pernambucana em família abastada. Educado nas melhores escolas do Rio e de Recife, teve a infância marcada pelas artes. As primeiras manifestações são caricaturas de colegas e professores. Cresce ao lado de gente como Ariano Suassuna, que em 1945 o leva para ilustrar seus poemas no Jornal Literário. Mais tarde assumiria os figurinos da primeira adaptação cinematográfica de O Auto da Compadecida, dirigida por George Jonas em 1969.
Começa a trabalhar com artes plásticas aos 15 anos. Porém, o reconhecimento como ceramista viria só mais tarde. De início, se debruça sobre as telas. Recebe dois prêmios do Salão de Arte do Museu do Estado de Pernambuco, em 1947 e 1948. Por essa época, sua única escultura era Deborah, em homenagem à esposa.
Em fevereiro de 1949 o casal vai a Paris, a convite do conterrâneo Cícero Dias. O trio visita a exposição de cerâmicas de Picasso. Ao se deparar com as obras, Brennand percebe que o material ali exposto tinha a mesma essência de suas pinturas. Até então vinha ignorando uma técnica riquíssima. Pra piorar, tudo o que precisasse para trabalhar poderia conseguir nas fábricas da família.
Na recém-inaugurada fábrica de azulejos do pai, faz um dos mais importantes trabalhos de sua carreira: a Batalha dos Guararapes. Encomendado pelo Banco da Lavoura de Minas Gerais, o mural possui mais de 30 metros de cerâmica colorida e ilustra um importante episódio da história recifense. Expõe sua arte pelo País afora, bem como no exterior. Entre muitas premiações, recebe em 1993 o Prêmio Interamericano de Cultura Gabriela Mistral, da OEA (Organização dos Estados Americanos), em reconhecimento pela sua contribuição à cultura do continente. Desde 1971, seu santuário criativo é a Oficina Francisco Brennand, em Recife - antiga fábrica de seu pai, fechada em 1945. Mais que uma oficina, é um parque de proporções surpreendentes. Instalada em um espaço de cerca de 10 mil metros quadrados, abriga esculturas, painéis e pórticos em galpões e ao ar livre. O projeto paisagístico é de Burle Marx.
Os fornos, que antes coziam tijolos, hoje
aquecem a imaginação do artista, que, assim como Oxóssi (o orixá símbolo de sua
oficina), é inquieto, sempre à procura de algo que não encontra.
ROMERO
BRITTO
Carreira
Sua
carreira começou aos 18 anos em Pernambuco.Mas desde
08 anos já começou a se interessar pelas artes plasticas,e mostrou talento.
Atualmente é um dos mais premiados pintores pernambucanos. Britto alega ter
criado seus quadros para invocar o espírito de esperança e transmitir uma
sensação de aconchego. Suas obras são chamadas, por colecionadores e
admiradores, de “arte da cura”. Embora bem-intencionado, os resultados
estéticos são bastante discutíveis (isto na opinião de alguns), pois,
analisando suas obras com olhar crítico e imparcial, o que encontramos é uma
diluição repetitiva e pouco original dos pressupostos da pop art como
preconizados por Andy Warhol e Robert Rauschenberg, aos quais mistura certos cacoetes estilísticos típicos da
arte gráfica das histórias em
quadrinhos. A diluição não é demérito, é o
que fortalece essa arte inovadora, é que se propõe Romero, instigar a arte com
a alegria das cores. Em 2005, como testemunho de seu impacto sobre a elite política e
financeira de Miami, Romero foi nomeado embaixador das artes do Estado da Flórida pelo ex-governador Jeb Bush (irmão de George W. Bush e também membro do Partido
Republicano). Concomitantemente, em 2005 e
2006, Romero Britto foi convidado a participar de uma pequena lista de artistas
internacionais selecionados para a Bienal de Florença. “Arts and
Exhibitions International” convidou Romero para criar uma pirâmide comemorando
o retorno da exposição do Tesouro
de Tutancâmon a Londres, depois de
35 anos. A pirâmide de Romero é a maior instalação de arte na história do Hyde Park até hoje, com
a altura equivalente a um edifício de quatro andares. Foi produzida em tributo
às antigas Pirâmides de Gizé, a última das sete
maravilhas do mundo antigo. A pirâmide
está programada para ficar permanentemente instalada no Museu da Criança no
Cairo, Egito. Em 2008, Romero Britto criou uma série limitada de selos postais
intitulados Esportes para a
paz, que celebraram o memorável talento dos atletas para os Jogos
Olímpicos de Beijing, e também expôs sua
arte no famoso Museu do Louvre, em Paris. Britto acredita que “A arte é muito importante para não
ser compartilhada”, e esta é uma das razões pelas quais ele criou a Fundação
Romero Britto, em 2007.
Segundo o
jornal O Estado de São
Paulo, em 2009 o pintor foi parar num
distrito policial nos Estados Unidos, por estar dirigindo sob efeito de álcool.[1]
O artista
foi convidado pela terceira vez consecutiva para ser um palestrante do World Economic Forum; recebeu convite para fazer a abertura do Super Bowl XLI com o Cirque du Soleil, e ainda para criar a
prestigiada coleção de selos postais para a ONU, além de inúmeros outros convites. Embora não seja prova
da qualidade estética da obra do pintor, isso evidencia que Romero Britto está
presente nas mais preciosas coleções particulares, sendo sempre requisitado
pelas maiores empresas do mundo, às quais incorpora sua arte e assim traz
visibilidade às marcas, tais como Absolut, Disney,Movado, Pepsi, Evian, Microsoft e Audi. Hoje Romero possui duas galerias, uma localizada em Miami Beach, na
famosa Lincoln Road, e uma belíssima e moderna galeria projetada pelo arquiteto
João Armentano, localizada na badalada Rua Oscar Freire, n. 562, no coração dos Jardins. EmSão Paulo cidade Em 2012, foi pela primeira vez, homenageado por uma escola de samba: A Renascer de
Jacarepaguá que contou a vida do
artista em sua estreia no Grupo Especial com o enredo "Romero Britto, o
artista da alegria dá o tom na folia". A escola abriu o Carnaval do Rio
de Janeiro de2012,
sendo a primeira escola a desfilar no domingo de carnaval.
Estilo
JOSÉ
CLÁUDIO
José Cláudio da Silva nasceu em Ipojuca, Pernambuco, em
1932. Começou a desenhar nos papéis de embrulho da loja de seu pai, Amaro
Silva. Em 1952, interrompeu o curso de Direito, da Faculdade de Direito de
Recife, e ingressa no Atelier Coletivo, da Sociedade de Arte Moderna do Recife,
dirigido pelo escultor Abelardo da Hora.
Em 1957 participa da IV Bienal de São Paulo, que lhe
confere prêmio de aquisição. Em 1975 pinta 100 óleos documentando aspectos da
Amazônia. Fez essa viagem pelo Rio Madeira a convite do zoólogo e compositor
Paulo Vanzolini, que costumava levar um artista em excursões à Amazônia (hábito
dos cientistas mais antigos).
Um dos desenhos da série sobre a Amazônia foi levado pelo
zoólogo americano Ronald Hayer para o Museum of Natural History, da Smithsonian
Instituiton, Washington. Os quadros foram adquiridos pelo governador de São
Paulo, Paulo Egydio, e se encontram hoje no Palácio Bandeirantes.
Trabalhou na Bahia com Mário Cravo, Carybé e Jenner
Augusto; e em São Paulo com Di Cavalcanti. Estudou gravura com Lívio Abramo na
Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo; Modelo Vivo e
História da Arte na Academia de Belas Artes de Roma, bolsista da Fundação
Rotelini (Itália).
Lançou os
livros Viagem de
um jovem pintor à Bahia e Ipojuca de Santo Cristo(1965), Bem dentro (1968)) e Meu pai não viu minha glória (1995).
Em 1992, foi um dos dez artistas brasileiros eleitos por
uma comissão de críticos para fazer cartaz comemorativo dos 50 anos da chegada
da Coca-Cola ao Brasil: "Coca-Cola 50 anos com arte".
Em 2004, pintou um painel sobre festas populares de
Pernambuco para o novo Aeroporto dos Guararapes. Reside em Olinda.
O quadro de José Cláudio, "Benção da Bandeira" (2007),
representa a Revolução de 1817, ocorrida em Pernambuco. Liderado por padres
ligados à maçonaria, esse movimento revolucionário sustentou por três meses a
independência pernambucana, incluindo em seu raio de liberdade o Rio Grande do
Norte e a Paraíba.
Roberto van der Ploeg nasceu em
Valkenburg aan de Geul na Holanda em 1955. Ele veio em 1979 para o Brasil no
contexto de um estudo de mestrado em Teologia Latino americana. Desde 1982
reside no Nordeste brasileiro. A mudança da teologia para a pintura não foi
muito radical para Roberto Ploeg. Segundo ele teologia e arte são de essência
metafórica porque as duas procuram apresentar de maneira pessoal, experiências
universais em imagens literárias e visuais. Neste sentido o teólogo é um
artista da palavra. O caminho pessoal de Ploeg foi da palavra à imagem visual.
Ele fez sua formação artística através de vários cursos em instâncias culturais
em Olinda e Recife (MAC, Oficina Guaianases, Escolinha da Arte, UFPE, IAC,
Fundaj). Após anos de atividades como teólogo da libertação no Nordeste
Brasileiro, ele opta em 1995 definitivamente pela arte.
Roberto
Ploeg retrato de Pedro
Ao completar 10 anos de vida
Pedro ganhou de presente dos seus pais um retrato dele em óleo sobre tela.
Pedro veio três vezes ao atelier para sessões de pose. Fiz três retratos:
entretido com um pequeno computador, o rosto de frente e um retrato de olhos
fechados. A gente, quer dizer Pedro, os pais dele e eu mesmo, achamos o último
o melhor. Neste retrato a gente se aproxima mais do Pedro e até se pergunta: o
que se passa na cabeça dele? Talvez seja este envolvimento do espectador que
encanta.
MÚSICA
LUIZ
GONZAGA
LENINE
Filho de um velho comunista e de uma católica praticante,
criou-se porém uma espécie de détente na
família. Até os 8 anos, os filhos eram obrigados a ir à missa com a mãe. Depois
disso, ficavam por conta do pai: Marx era leitura obrigatória. Aos domingos, ouvia-se música de
todo tipo - canções napolitanas, música alemã, música folclórica russa, Glenn Miller, Tchaikovsky, Chopin, Gil Evans, e mais
tarde, Hermeto Pascoale os tropicalistas.[2]
Foi para o Rio de Janeiro no final dos anos 1970, pois
naquela época havia pouco espaço ou recursos para música no Recife. Morou com
alguns amigos, compositores. Dividiram por algum tempo um apartamento na Urca, depois uma casinha numa vila em Botafogo, famosa por ter sido moradia de Macalé e Sônia Braga. Depois
foram para Santa
Teresa.[3]
Lenine teve seu som gravado por Elba Ramalho, sendo
ela a primeira cantora de sucesso nacional a gravar uma música sua. Depois
vieramFernanda Abreu, O Rappa, Milton Nascimento, Maria Rita, Maria Bethânia e muitos outros.
Produziu "Segundo", de Maria Rita; "De uns
tempos pra cá", de Chico César;
"Lonji", de Tcheka (cantor e compositor do Cabo Verde); e
"Ponto Enredo", de Pedro Luís e a Parede.
Trabalhou em televisão com os diretores Guel Arraes e Jorge Furtado. Para
eles, fez a direção musical de "Caramuru, a
Invenção do Brasil" que depois de
minissérie, virou um longa-metragem. Participou também da direção do musical de
"Cambaio", musical de João Falcão e Adriana Falcão, baseado em
canções de Chico Buarque e Edu Lobo.
Lenine ganhou dois prêmios Grammy Latino: um
pelo “Melhor Álbum Pop Contemporâneo” com seu álbum "Falange Canibal"; e
outro em 2009 na categoria melhor
canção brasileira com a música "Martelo Bigorna".[4]
Álbuns
MESTRE SALUSTIANO
Manuel Salustiano Soares,
mais conhecido como Mestre
Salustiano, (Aliança, 12 de novembro de 1945 — Recife, 31 de agosto de 2008) foi um ator, músico, compositor e artesão brasileiro. Foi considerado uma
das maiores autoridades em cultura popular pernambucana.
Em 2007 foi homenageado pelos seus 54 anos de carreira e recebeu o
título de Patrimônio Vivo de
Pernambuco.
Manoel Salustiano Soares - o "Mestre Salu" nasceu
no dia 12 de novembro de 1945, no Engenho Oiteiro Alto, Cidade de Aliança, Zona
da Mata Norte de Pernambuco. Filho de Dona Maria Tertonila da Conceição e Seu
João Salustiano Soares, rabequeiro respeitado na mesma região, Mestre Salu teve
uma infância muito sofrida no campo, cortando cana, limpando mato, carreando,
cambitando, lá no engenho. Sempre lutava toda semana no campo e no
fim-de-semana tinha preocupação de ir para os espetáculos populares como Cavalo
Marinho e Mamulengo, Ciranda e Maracatu.
ANDRÉ RIO
André
Rio, nascido no Bairro de São José em Recife, Pernambuco, é um
cantor dedicado a canções regionais do Nordeste do Brasil, notadamente músicas
para o carnaval. O frevo tem sido também uma de suas principais áreas de atuação[1].
Discografia
§ André
Rio'' (1990)
CD
§ Presença (1996) CD
§ Me
leva (1997)
CD
§ Na
leva da embolada (2003)
(CD independente)
LITERATURA
JOÃO CABRAL DE MELO NETO
(Recife, 9 de janeiro de 1920 — Rio de Janeiro, 9 de outubro de 1999) foi um poeta e diplomata brasileiro. Sua obra poética, que
vai de uma tendência surrealista até a poesia
popular, porém caracterizada pelo rigor estético, com poemas avessos a
confessionalismos e marcados pelo uso de rimas toantes, inaugurou uma nova
forma de fazer poesia no Brasil.
Irmão do historiador Evaldo Cabral de Melo e primo do poeta Manuel Bandeira e do sociólogo Gilberto Freyre,
João Cabral foi amigo do pintor Joan Miró e do poeta Joan Brossa. Membro
da Academia
Pernambucana de Letras e da Academia
Brasileira de Letras, foi agraciado com
vários prêmios literários. Quando morreu, em 1999, especulava-se que era um
forte candidato ao Prêmio Nobel de
Literatura.[1]
Foi casado com Stella Maria Barbosa de Oliveira, com quem
teve os filhos Rodrigo, Inez, Luiz, Isabel e João. Casou-se em segundas
núpcias, em 1986, com a poeta Marly de Oliveira.
Obra
Manuel Bandeira
Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho (Recife, 19 de abril de 1886 — Rio de Janeiro, 13 de outubro de 1968) foi um poeta, crítico literário e dearte, professor de literatura
e tradutor brasileiro.
Considera-se que Bandeira faça parte da geração de 22 da literatura moderna brasileira, sendo seu poema Os Sapos o abre-alas da Semana de
Arte Moderna de 1922. Juntamente com
escritores como João Cabral de
Melo Neto, Paulo Freire, Gilberto Freyre, Nélson Rodrigues, Carlos Pena Filho eOsman Lins, entre outros, representa a produção literária do estado
de Pernambuco.
Biografia
Filho do engenheiro Manuel
Carneiro de Sousa Bandeira e de sua
esposa Francelina Ribeiro[1], era neto
paterno de Antônio
Herculano de Sousa Bandeira, advogado,
professor da Faculdade de
Direito do Recife e deputado
geral na 12ª legislatura. Tendo dois tios reconhecidamente importantes, sendo
um, João
Carneiro de Sousa Bandeira, que foi
advogado, professor de Direito e membro da Academia
Brasileira de Letras e o outro, Antônio
Herculano de Sousa Bandeira Filho, que era
o irmão mais velho de seu pai e foi advogado, procurador da coroa, autor de
expressiva obra jurídica e foi também Presidente das Províncias da Paraíba e deMato Grosso. Seu avô
materno era Antônio José da Costa Ribeiro, advogado e político, deputado geral na 17ª legislatura.
Costa Ribeiro era o avô citado emEvocação do Recife. Sua casa na rua da
União é referida no poema como "a casa de meu avô".
No Rio de Janeiro, para onde viajou com a família, em
função da profissão do pai, engenheiro civil do Ministério da Viação, estudou
no Colégio Pedro II[1] (Ginásio
Nacional, como o chamaram os primeiros republicanos) foi aluno de Silva Ramos,
de José Veríssimo e de João Ribeiro, e teve como condiscípulos Álvaro Ferdinando Sousa da Silveira, Antenor Nascentes,
Castro Menezes, Lopes da Costa, Artur Moses.
Em 1904 terminou o curso de Humanidades e foi para São Paulo, onde
iniciou o curso de arquitetura na Escola
Politécnica de São Paulo, que interrompeu
por causa da tuberculose. Para se
tratar buscou repouso em Campanha, Teresópolis e Petrópolis.[1] Com
a ajuda do pai que reuniu todas as economias da família foi para a Suíça, onde esteve
no Sanatório de Clavadel, onde permaneceu de junho de 1913 a outubro de 1914, onde teve como colega de sanatório o poeta Paul Eluard.[1] Em virtude do
início da Primeira Guerra
Mundial, volta ao Brasil.[2] Ao regressar,
iniciou na literatura, publicando o livro "A Cinza das Horas", em
1917, numa edição de 200 exemplares, custeada por ele mesmo. [2] Dois anos
depois, publica seu segundo livro, "Carnaval".[1]
Em 1935, foi nomeado inspetor federal do ensino e, em 1936,
foi publicada a “Homenagem a Manuel Bandeira”, coletânea de estudos sobre sua
obra, assinada por alguns dos maiores críticos da época, alcançando assim a
consagração pública[3]. De 1938 a
1943, foi professor de literatura no Colégio D. Pedro II, e em 1940, foi eleito
membro da Academia
Brasileira de Letras. Posteriormente,
nomeado professor de Literaturas Hispano-Americanas na Faculdade de Filosofia
da Universidade do Brasil, cargo do qual se aposentou, em 1956[4].
Manuel Bandeira faleceu no dia 13 de outubro de 1968, com
hemorragia gástrica, aos 82 anos de idade, no Rio de Janeiro, e foi sepultado
no túmulo 15 do mausoléu da Academia Brasileira de Letras, no Cemitério
São João Batista, no Rio de Janeiro.[5]
Obras
Poesia
Prosa
§ Crônicas
da Província do Brasil - Rio de Janeiro, 1936
§ Guia
de Ouro Preto, Rio de Janeiro, 1938
§ Noções
de História das Literaturas - Rio de Janeiro, 1940
§ Autoria
das Cartas Chilenas - Rio de Janeiro, 1940
§ Apresentação
da Poesia Brasileira - Rio de Janeiro, 1946, 2ªed.Cosac Naif-São Paulo 2009
§ Literatura
Hispano-Americana - Rio de Janeiro, 1949
§ Gonçalves
Dias, Biografia - Rio de Janeiro, 1952
§ Itinerário
de Pasárgada - Jornal de Letras, Rio de Janeiro, 1954
§ De
Poetas e de Poesia - Rio de Janeiro, 1954
§ A
Flauta de Papel - Rio de Janeiro, 1957
§ Itinerário
de Pasárgada - Livraria São José - Rio de Janeiro, 1957
§ Andorinha,
Andorinha - José Olympio - Rio de Janeiro, 1966
§ Itinerário
de Pasárgada - Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1966
§ Colóquio
Unilateralmente Sentimental - Editora Record - RJ, 1968
§ Seleta
de Prosa - Nova Fronteira - RJ
§ Berimbau
e Outros Poemas - Nova Fronteira - RJ
§ Cronicas
inéditas I
§ Cronicas
inéditas II- Ed Cosac Naif- SP- 2009
Carlos Pena Filho
Carlos Pena Filho (Recife, 17 de maio de 1929 — Recife, 1 de julho de 1960) foi um poeta brasileiro, considerado um dos
mais importantes poetas pernambucanos da segunda metade doséculo XX depois de João Cabral de
Melo Neto.
Formado em Direito pela Faculdade de
Direito do Recife, em frente à qual hoje
se encontra o busto do poeta. Teve sua carreira prematuramente encerrada em
virtude de sua inesperada morte em 1960, quando ele ainda estava com 31 anos de
idade.
Biografia
Filho de pais portugueses, Carlos Souto Pena, comerciante,
e Laurinda Souto Pena. Em 1937, com a separação dos pais, mudou-se para Portugal, com sua
mãe e irmãos, Fernando e Mário, indo morar na casa dos avós paternos. Lá viveu
dos oito aos doze anos de idade quando então retornou para o Brasil. O pai permaneceu no Recife, onde era proprietário de
uma sorveteria. Fez seu curso primário enquanto esteve em Portugal e o curso
secundário no Recife.
Carlos Pena Filho foi um poeta político, interessado em
cada aspecto da vida de sua cidade e do seu Estado, Pernambuco.
Estudante de Direito, formou-se
pela Faculdade de
Direito do Recife, tendo participado
ativamente da política universitária, empenhando-se em campanhas eleitorais.
No dia 2 de junho de 1960, o poeta estava no carro de seu
amigo, o advogado José Francisco de Moura Cavalcanti, quando foram atingidos
por um ônibus desgovernado. Carlos Pena recebeu uma violenta pancada na cabeça.
O rádio logo divulgou a notícia e as autoridades e os amigos acorreram ao
Pronto Socorro. O motorista e Moura Cavalcanti tiveram ferimentos leves, mas
Carlos Pena não resistiu aos ferimentos e morreu no dia 10 de junho de 1960.
Deixou desolados seus amigos, os intelectuais de todo o
Brasil, sua esposa D. Maria Tânia, sua filhinha Clara Maria, seus dois irmãos,
Fernando e Mário. O cortejo fúnebre, com discursos à beira da sepultura e com
grande acompanhamento de pessoas demonstrou quanto o poeta era querido.
Como advogado atuou em repartição do Estado e, em paralelo,
trabalhou como jornalista no Diário de Pernambuco, Diário da Noite e Jornal do Commercio, onde fez reportagens, escreveu crônicas e publicou alguns
de seus poemas. Casou com Maria Tânia Tavares Barbosa, com quem teve uma filha,
Clara Maria de Souto Pena, que lhe deu três netos: Maria Joana, Maria Luiza e
Carlos Souto Pena.
Durante a vida contou com a amizade e a admiração de muitos
escritores e poetas de renome. Conviveu estritamente com Manuel Bandeira, Joaquim Cardoso, João Cabral de
Melo Neto, Mauro Mota, Gilberto Freyre e Jorge Amado, dentre
outros. Faleceu aos 31 anos, vítima de um acidente ocorrido em 2 de junho de
1960, no Recife.
Obras
§ "O
Tempo da Busca", 1952
§ "Memórias
do Boi Serapião", 1956
§ "A
vertigem Lúcida", 1958
§ "Livro
Geral", 1959
Ascenso Ferreira
Ascenso Carneiro Gonçalves Ferreira (Palmares, 9 de maio de 1895 — Recife, 5 de maio de 1965) foi um poeta brasileiro.
Órfão aos treze anos de idade, passou a trabalhar na mercearia de um tio e,
em 1911, publicou no jornal A Notícia de Palmares o seu primeiro poema, Flor
Fenecida.
Em 1920, mudou-se para o Recife, onde tornou-se funcionário público e passou a colaborar com o Diário de Pernambuco e outros jornais.
Em 1922 casou-se com Maria Stella, filha do poeta, funcionário
público e literário pernambucano Fernando
Griz, mas este casamento não durou muito.
Em 1925, participou do movimento modernista de Pernambuco e, em 1927, publicou seu primeiro livro, Catimbó. Viajou a vários
estados brasileiros para promover recitais.
Em 1933 conheceu Maria de Lourdes Medeiros e passou a morar com
ela. Em 1948 nasceu Maria Luísa, filha do casal.
Em 1941 publicou o seu segundo livro Cana Caiana. O terceiro livro Xenhenhém estava pronto para ser editado, mas só
sairia em 1951, incorporado à edição de Poemas,
que foi o primeiro livro surgido no Brasil apresentando disco de poesias
recitadas pelo seu autor - a edição continha, ainda, o poema O trem de Alagoas, musicado por Villa-Lobos.
Em 1955, participou ativamente da campanha presidencial de Juscelino Kubitschek, inclusive participando de comícios no Rio de Janeiro. Em 1956, foi nomeado por JK para a direção do Instituto Joaquim
Nabuco de Pesquisas Sociais, no Recife, mas a nomeação foi cancelada dez dias
depois, porque um grupo de intelectuais recifenses não aceitava que o poeta e
boêmio irreverente assumisse o cargo. Foi nomeado, então, assessor do Ministério da Educação e Cultura, onde só comparecia para receber o salário.
Ariano Suassuna
Ariano Vilar Suassuna (João Pessoa, 16 de junho de 1927) é um dramaturgo, romancista e poeta brasileiro. É o atual secretário de assessoria
ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos. [1]
Biografia
Ariano Vilar Suassuna nasceu em João Pessoa, aos 16
de junho de 1927, filho de Cássia Villar e João Suassuna. No
ano seguinte, seu pai deixa o governo da Paraíba e a família
passa a morar no sertão, na Fazenda
Acauhan, em Taperoá.
Com a Revolução de 30, seu pai foi assassinado por motivos políticos no Rio de Janeiro e a família mudou-se para Taperoá, onde morou de 1933 a
1937. Nessa cidade, Ariano fez seus primeiros estudos e assistiu pela primeira
vez a uma peça de mamulengos e a um desafio de viola, cujo caráter de
“improvisação” seria uma das marcas registradas também da sua produção teatral.
A partir de 1942 passou a viver no Recife, onde terminou, em 1945,
os estudos secundários no Ginásio Pernambucano e no Colégio Osvaldo Cruz. No
ano seguinte iniciou a Faculdade de Direito, onde conheceu Hermilo Borba Filho.
E, junto com ele, fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco. Em 1947, escreveu
sua primeira peça, Uma Mulher Vestida de Sol. Em 1948, sua peça Cantam as
Harpas de Sião (ou O Desertor de Princesa) foi montada pelo Teatro do Estudante
de Pernambuco. Os Homens de Barro foi montada no ano seguinte.
Em 1950, formou-se na Faculdade de Direito e recebeu o
Prêmio Martins Pena pelo Auto de João da Cruz. Para curar-se de doença
pulmonar, viu-se obrigado a mudar-se de novo para Taperoá. Lá escreveu e montou
a peça Torturas de um Coração em 1951. Em 1952, volta a residir em Recife.
Deste ano a 1956, dedicou-se à advocacia, sem abandonar, porém, a atividade
teatral. São desta época O Castigo da Soberba (1953), O Rico Avarento (1954) e
o Auto da Compadecida (1955), peça que o projetou em todo o país e que seria
considerada, em 1962, por Sábato Magaldi “o texto mais popular do moderno
teatro brasileiro”.
Em 1956, abandonou a advocacia para tornar-se professor de
Estética na Universidade Federal de Pernambuco. No ano seguinte foi encenada a
sua peça O Casamento Suspeitoso, em São Paulo, pela Cia. Sérgio Cardoso, e O
Santo e a Porca; em 1958, foi encenada a sua peça O Homem da Vaca e o Poder da
Fortuna; em 1959, A Pena e a Lei, premiada dez anos depois no Festival
Latino-Americano de Teatro.
Em 1959, em companhia de Hermilo Borba Filho, fundou o
Teatro Popular do Nordeste, que montou em seguida a Farsa da Boa Preguiça
(1960) e A Caseira e a Catarina (1962). No início dos anos 60, interrompeu sua
bem-sucedida carreira de dramaturgo para dedicar-se às aulas de Estética na
UFPE. Ali, em 1976, defende a tese de livre-docência A Onça Castanha e a Ilha
Brasil: Uma Reflexão sobre a Cultura Brasileira. Aposenta-se como professor em
1994.
Membro fundador do Conselho Federal de Cultura (1967); nomeado,
pelo Reitor Murilo Guimarães, diretor do Departamento de Extensão Cultural da
UFPE (1969). Ligado diretamente à cultura, iniciou em 1970, em Recife, o
“Movimento Armorial”, interessado no desenvolvimento e no conhecimento das
formas de expressão populares tradicionais. Convocou nomes expressivos da
música para procurarem uma música erudita nordestina que viesse juntar-se ao
movimento, lançado em Recife, em 18 de outubro de 1970, com o concerto “Três
Séculos de Música Nordestina – do Barroco ao Armorial” e com uma exposição de
gravura, pintura e escultura. Secretário de Cultura do Estado de Pernambuco, no
Governo Miguel Arraes (1994-1998).
Entre 1958-79, dedicou-se também à prosa de ficção,
publicando o Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta
(1971) e História d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão / Ao Sol da Onça
Caetana (1976), classificados por ele de “romance armorial-popular brasileiro”.
Ariano Suassuna construiu em São José do Belmonte, onde ocorre a cavalgada inspirada no Romance d’A Pedra do
Reino, um santuário ao ar livre, constituído de 16 esculturas de pedra, com
3,50 m de altura cada, dispostas em círculo, representando o sagrado e o
profano. As três primeiras são imagens de Jesus Cristo, Nossa Senhora e São
José, o padroeiro do município.
Membro da Academia Paraibana
de Letras e Doutor Honoris
Causa da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (2000).
Em 2004, com o apoio da ABL, a Trinca Filmes produziu um
documentário intitulado O Sertão: Mundo de Ariano Suassuna, dirigido por
Douglas Machado e que foi exibido na Sala José de Alencar.
Em 2002, Ariano Suassuna foi tema de enredo no carnaval carioca;
em 2008, foi novamente tema de enredo, desta vez da escola de
samba Mancha Verde no carnaval
paulista.
Em 2006, foi concedido título de Doutor Honoris Causa pela Universidade
Federal do Ceará, mas que veio a ser
entregue apenas em 10 de junho de 2010, às vésperas de completar 83 anos. "Podia até parecer
que não queria receber a honraria, mas era problemas de agenda", afirmou
Ariano, referindo-se ao tempo entre a concessão e o recebimento do título.[2]
Obras selecionadas
§ Uma
mulher vestida de Sol, (1947);
§ Cantam
as harpas de Sião ou O desertor de Princesa, (1948);
§ Os
homens de barro, (1949);
§ Auto
de João da Cruz, (1950);
§ Torturas
de um coração, (1951);
§ O
arco desolado, (1952);
§ O
casamento suspeitoso, (1957);
§ O
homem da vaca e o poder da fortuna, (1958);
§ A
pena e a lei, (1959);
§ Farsa
da boa preguiça, (1960);
§ As
conchambranças de Quaderna, (1987);
§ Fernando
e Isaura, (1956)"inédito até 1994".
Romance
§ A
História de amor de Fernando e Isaura, (1956);
§ História
d'O Rei Degolado nas caatingas do sertão /Ao sol da Onça Caetana,
(1976)
Poesia
§ O
pasto incendiado, (1945-1970);
§ Ode,
(1955);
§ Sonetos
com mote alheio, (1980);
§ Sonetos
de Albano Cervonegro, (1985);
§ Poemas (antologia), (1999).
GILBERTO FREYRE
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Biografia
Filho de Alfredo Freyre juiz e catedrático de Economia Política da Faculdade de
Direito do Recife e de
Francisca de Mello Freyre. Gilberto Freyre é de família brasileira antiga,
descendente dos primeiros colonizadores Portugueses do Brasil. Em suas
palavras: "um brasileiro que descende de gente quase tôda ibérica, com
algum sangue ameríndio e fixada há longo tempo no país".[3] Tem
antepassados portugueses, espanhóis, indígenase holandeses.[1] Gilberto
Freyre inicia seus estudos frequentando, em 1908, o jardim da infância do Colégio Americano Batista
Gilreath[4], que seu pai havia ajudado a fundar.
Tem seu primeiro contato com a literatura por meio de As Viagens de
Gulliver. Todavia, apesar de seu
interesse, não consegue aprender a escrever, fazendo-se notar pelos desenhos.
Toma aulas particulares com o pintor Telles Júnior, que
reclama contra sua insistência em deformar os modelos. Começa a aprender a ler
e escrever em inglês com Mr.
Williams, que elogia seus desenhos.
Em 1909 falece sua avó materna, que vivia a mimá-lo por supor que
ele tinha problemas sérios de aprendizado, pela dificuldade em aprender a
escrever. Ocorrem suas primeiras experiências rurais de menino de engenho,
nessa época, quando passa temporada no Engenho São Severino do Ramo,
pertencente a parentes seus. Mais tarde escreverá sobre essa primeira
experiência numa de suas melhores páginas, incluída em Pessoas, Coisas & Animais.
Freyre estudou na Universidade de
Columbia nos Estados Unidos onde conhece Franz Boas, sua
principal referência intelectual. Em 1922 publica sua tese de mestrado
"Social life in Brazil in the middle of the 19th century" (Vida
social no Brasil nos meados do século XIX),dentro do periódico Hispanic
American Historical Rewiew, volume 5. Com isto obteve o título Masters of Arts.
Seu primeiro e mais conhecido livro é Casa-Grande
& Senzala, publicado no ano de1933 e escrito em Portugal. Em 1946, Gilberto Freyre é eleito pela UDN para a Assembléia Constituinte e, em 1964, apoia o golpe militar que derruba João Goulart. A seu
respeito disse Monteiro Lobato:
O
Brasil do futuro não vai ser o que os velhos historiadores disserem e os de
hoje repetem. Vai ser o que Gilberto Freyre disser. Freyre é um dos gênios de
palheta mais rica e iluminante que estas terras antárticas ainda produziram.
Gilberto Freyre foi também reconhecido por seu estilo
literário. Foi até poeta, sendo que o seu poema "Bahia de todos os santos e de quase todos os pecados"
entusiasmou Manuel Bandeira.
Gilberto Freyre escreveu um longo poema inspirado por sua primeira visita à
Cidade de Salvador: Bahia de todos os santos e de quase todos os pecados. Impresso no
mesmo ano em reduzidíssima edição da recifense Revista do Norte, o poema deixou Manuel Bandeira
entusiasmado. Tanto que em carta de 4 de junho de 1927 escreveu: “Teu poema,
Gilberto, será a minha eterna dor de corno. Não posso me conformar com aquela
galinhagem tão gozada, tão senvergonhamente lírica, trescalando a baunilha de
mulata asseada. S!” (cf. Manuel Bandeira,
Poesia e Prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1958, v. II: Prosa, p. 1398). O
poema tem três versões: a primeira foi reproduzida por Manuel Bandeira em sua
Antologia dos Poetas Brasileiros Bissextos Contemporâneos (1946); a segunda,
modificada pelo autor, foi publicada na revista carioca O Cruzeiro de 20 de
janeiro de 1942; e a terceira aparece nos livros Talvez Poesia (José Olympio,
1962) e Poesia Reunida (Edições Pirata, 1980).[5]
Portugal ocupa um lugar importante no pensamento de Freyre [6]. Em vários
de seus livros, como em "O Mundo que o Português Criou", "O Luso
e o Trópico" demonstra o importante papel que os portugueses tiveram na
criação da "primeira civilização moderna nos trópicos". Freyre foi um
dos pioneiros no estudo histórico e sociológico dos territórios de colonização
portuguesa como um todo, chegando mesmo a desenvolver um ramo de pesquisa que
denominou de Lusotropicologia.
Ocupou a cadeira 23 da Academia
Pernambucana de Letras em 1986. Foi protestante batista, chegando a
ser missionário e a frequentar igrejas batistas norte-americanas, quando jovem.
Este fato costuma ser ocultado pelos biógrafos e adeptos das teorias de Freyre.
Gilberto Freyre retornou ao catolicismo posteriormente.
Obras
J.
BORGES
Biografia
Aos oito anos, o
menino José Francisco já trabalhava na terra com o pai. Aos dez, já fabricava e
vendia na feira colheres de pau. Foi oleiro,
confeccionou brinquedos artesanais e
vendeu livros de cordel.
Aos 29 anos, José
resolveu que iria escrever cordel. Foi quando fez O Encontro de Dois Vaqueiros no
Sertão de Petrolina, com xilogravada por Mestre Dila, que vendeu mais de cinco mil
exemplares em dois meses.[1]
Como não tinha
dinheiro para pagar um ilustrador, J. Borges resolveu fazer ele mesmo: começou
a entalhar na
madeira a fachada da igreja de Bezerros, que usou em O
Verdadeiro Aviso de Frei Damião.[1] Desde
então, começou a fazer matrizes por encomenda e também para ilustrar os mais de
200 cordéis que lançou ao longo da vida.
Descoberto por colecionadores e marchands,
viu seu trabalho ser levado aos meios acadêmicos do país. Na década de 1970,
J. Borges desenhou a capa de As Palavras Andantes, de Eduardo Galeano.[1] e
gravuras suas foram usadas na abertura da telenovela Roque Santeiro,[2] da Rede Globo.
Nessa época, começou a gravar matrizes dissociadas dos cordéis, de maior
tamanho. Isso permitiu expor no exterior: em 1992, na Galeria Stähli, em Zurique,
e no Museu de Arte
Popular de Santa Fé, Novo México.
Depois, novas exposições, na Europa e nos Estados Unidos.
J. Borges foi
condecorado com a comenda da Ordem do Mérito pelo
presidente Fernando Henrique Cardoso, recebeu o
prêmio UNESCO na
categoria Ação Educativa/Cultural. Em 2002, foi um dos treze artistas
escolhidos para ilustrar o calendário anual das Nações Unidas. Sua xilogravura A Vida
na Floresta abre o ano no calendário. Em 2006, foi tema de reportagem
no The New York Times.[1] O
escritor Ariano Suassuna o considera o melhor
gravador popular do Nordeste.[2]
Suas xilogravuras são
impressas em grande quantidade, em diversos tamanhos, e vendidas a intelectuais, artistas e colecionadores de arte. Dono de uma técnica
própria de colorir as imagens, atende pedidos para representar cotidiano do
pobre, o cangaço, o amor,
os castigos do céu, os mistérios, os milagres, crimes e corrupção,
os folguedos
populares, a religiosidade,
a picardia,
sempre ligados ao povo nordestino.
Em sua cidade natal,
foi inaugurado o Memorial J. Borges, com exposição de parte de sua obra e
objetos pessoais.[2]
MESTRE VITALINO
Vitalino
Pereira dos Santos, o Mestre
Vitalino, nasceu em (Caruaru no Distrito de Ribeira dos Campos, 10 de julho de 1909 — Caruaru, 20 de janeiro de 1963)
foi um ceramista popular
brasileiro.
Filho de
lavradores[1], Mestre Vitalino foi um artesão por
retratar em seus bonecos de barro a cultura e o folclore do
povo nordestino,
especialmente do interior de Pernambuco e
da tradução do modo de vida dos sertanejos[2]. Esta retratação fico conhecida
entre especialistas como arte figurativa.
As obras
de Vitalino ganharam reconhecimento na região Sudeste a partir de 1947, qdo o
artista plástico Augusto Rodrigues o convidou para a Exposição de Cerâmica
Popular Tilambucano, realizada no Rio de Janeiro. Em janeiro de 1949, a fama foi
ampliada com exposição no Masp[2]. Em 1955, integrou em Neuchatel, Suíça, a exposição Arte Primitiva e Moderna
Brasileiras.[1]
O
reconhecimento do artista foi ampliado após a sua morte. A biografia do artista
inspirou o samba-enredo da Império da Tijuca nos carnavais de 1977 e 2012. A Festa de São João de Caruaru o
adotou como a personalidade homenageada de 2009.[4]
Suas
obras mais famosas são Violeiro, O enterro na rede, Cavalo-marinho, Casal no boi, Noivos a cavalo, Caçador de onça e Família
lavrando a terra.[2]
A
produção do artista passou a ser iconográfica[5] e
inspirou a formação de novas gerações de artistas, especialmente no Alto do
Moura, bairro deCaruaru, onde viveu. A casa onde viveu parte
de sua vida atualmente é a instalação da Casa Museu Mestre Vitalino. O entorno
é ocupado por oficinas de artesãos[6].
Parte de
sua obra pode ser contemplada no Museu do Louvre, em Paris,
na França. No Brasil, a maior parte está nos
museus Casa do Pontal eChácara do Céu, Rio de Janeiro; no Acervo Museológico da UFPE,
em Recife; e em Alto do Moura.[2][5][7]
ARTESANATO
DE TRACUNHAÉM
Tracunhaém,
na zona da Mata do Norte, em Pernambuco, é conhecida como cidade do barro e
possuiu vários ateliês e oficinas. A cidade reinaugurou há poucos dias o Centro
de Artesanato. O lugar deve se tornar um importante espaço para a geração de
renda da população da cidade já que o espaço passou a contar com três galpões
para produção e um para produção de barro, três fornos à lenha e um elétrico,
além de sala de atendimento a clientes, dormitórios, rampas de acesso, cozinha
e salas para exposição e vendas.
O Centro
de Comercialização e Produção Artesanal foi reformado a partir de uma parceria
entre as Secretarias de Desenvolvimento e Articulação Regional, por meio do
Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável da Zona da Mata (PROMATA), e
de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos.
Leão do Norte
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Lenine e Paulo César Pinheiro Sou o coração do folclore nordestino Sou Mateus e Bastião do boi bumbá Sou um boneco de mestre Vitalino Dançando uma ciranda em Itamaracá Sou um verso de Carlos Pena Filho Num frevo de Capiba. Ao som da Orquestra Armorial Sou Capibaribe Num livro de João Cabral Sou mamulengo de São Bento do Una Vindo num baque solto de um maracatu Eu sou um auto de Ariano Suassuna. No meio da feira de Caruaru Sou Frei Caneca no pastoril do Faceta Levando a Flor Da Lira Pra Nova Jerusalém Sou Luís Gonzaga E eu sou do mangue também E vou dando cheiro em meu bem Eu sou mameluco Sou de Casa Forte Sou de Pernambuco Sou Leão do Norte Sou Macambira de Joaquim Cardozo Banda de pife no meio do canavial Na noite dos tambores silenciosos Sou a calunga revelando o carnaval Sou a folia que desce lá de Olinda O Homem da Meia Noite Eu sou puxando esse cordão Sou jangadeiro Na festa de Jaboatão Eu sou mameluco |
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